AT1- TRANSIÇÃO HÍDRICA
Tendo em conta o diagnóstico já realizado pelas administrações e pela sociedade, de que estamos muito longe de alcançar o bom estado dos nossos ecossistemas aquáticos, exigido pela Diretiva-Quadro da Água (DQA), e a necessária resposta face às alterações climáticas, precisamos assumir um novo paradigma de gestão dos recursos naturais, que reduza os desequilíbrios que introduzimos no século passado e proponha uma nova maneira de conviver com a natureza.
No ciclo da água, trata-se de uma transição hídrica que deve ser justa, para compartilhar os custos e benefícios que produza, minimizar os riscos e proteger os setores mais vulneráveis. O conceito de uma transição hídrica justa exige uma nova governança da água num quadro democrático de gestão, controle e participação social, que facilite mudanças e reduza resistências, marcando a definição de um rumo a médio prazo, que não deve ser procrastinado.
Fazem parte dos elementos dessa transição hídrica justa, além da governança da água, garantia do direito humano à água, mudanças nos modelos de produção e consumo que levam a adaptações do uso da água visando a conquista de um bom estado de todas as massas de água no contexto de alterações climáticas, as medidas para melhorar e proteger os ecossistemas hídricos e a adaptação à maior intensidade e frequência de fenómenos extremos de seca e inundação.
Em particular, serão abordadas as seguintes problemáticas:
• Elementos-chave da transição hídrica
• Custos e benefícios da transição hídrica e distribuição justa da água
• Novos requisitos da governança da água
• Garantia do direito humano à água e ao saneamento
• Impactos de médio prazo das alterações climáticas nos recursos hídricos
• Redução da sobre-exploração dos recursos hídricos e instrumentos que facilitam a adaptação no âmbito da rega, hidroeletricidade, indústria, turismo e abastecimento
• Adaptação aos maiores riscos de seca e inundação para aumentar a resiliência a estes fenómenos
Palavras-chave: transição hídrica justa, direito humano à água, governança, resiliência, eventos extremos, alterações climáticas, mudança global, redução da sobre-exploração
Coordenadores de área
Joan Corominas, Fundação Nova Cultura da Água
Ángela Lara, Fundação Nova Cultura da Água
Luisa Schmidt, Universidade de Lisoba